Eu quero é ser presidente
voar nas asas do Air Force
acenando e sorridente
deslocar com batedores
usufruir-me dos favores
guardas de honra
guarda-costas
puxa-sacos
e outras bostas,
ternos sob medidas
dizer coisa com coisa
sobre direitos humanos
prometer e não cumprir
fumar charutos cubanos
populista oportunista
um vendedor de ilusão
pedalar, negar...
chorar, delatar...
um socialista ladrão
fazer conchavos
barganhar...
toma lá, dá cá
ganhar no grito
das empreiteiras
busto de granito
ouro nas soleiras
meu retrato no lugar
massagear o meu ego
no poder me perpetuar
na Pátria minha mamar
cercado de imbecis
sejam eles militares
eclesiásticos ou civis
todos arrotando status
adeptos das carteiradas...
SABE COM QUEM ESTÁ FALANDO?
criar 100 ministérios
empossar a curriola
rodeados de mistérios
de barganhados Ministros
e seus parentes mariolas
correligionários sinistros
surrupiar as finanças
nos acordos escusos
deixar quebrado o país
laranjas no patrimônio
exilar-me na França
morrer de tédio em Paris
quero que o povo se dane
para que aprenda a votar
gosta mesmo que o engane
povinho fácil de engodar...
próximo pleito irei voltar
e avacalhar outra vez
e depois me aposentar
rindo da cara de vocês
no pijama da impunidade
bebendo malte escocês
com aquele ar de burguês...
Para camuflar o dinheiro
constituirei um puteiro
denominado INSTITUTO
nas palestras de lero-lero
deixarei esse povo culto
povo besta, o brasileiro!!

Autor: Benedito Morais de Carvalho (Benê)
OBS- Poema revisado