Benedito Morais de Carvalho(Benê)
NÃO SOU POETA, SOU UM ARRUMADOR DE PALAVRAS.
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APELO INDIO (poema revisado)
Eu aqui e o branco lá.
tenho pavor da civilização
medo  do trânsito e da prostituição
tenho medo  da gonorreia, piorreia,
sífilis, drogas, medo da discriminação
medo das balas perdidas e corrupção
tenho pavor da civilização
tem as taras, alto índice de mortalidade
greve, calotes, assaltos, poluição
tenho pavor da civilização
com seus anticoncepcionais
sequestros e crimes sexuais
produtos químicos, aporrinhação
tenho pavor da civilização
tem chacinas, balas perdidas
fanáticos, corruptos, inflação
tenho pavor da civilização
taxa de lixo, multas, desculpas.
agendas, , horas marcadas, limitação
crediários, assaltos,  marginais
agiotagem, dívidas, protelação
tenho pavor da civilização
com seus sapatos, gravatas, reuniões sociais
cortiços, multinacionais, Zé povão
enlatados, cosméticos, congelados,
propagandas, internet, competição
tenho pavor da civilização
saunas, analgésicos, estafas mentais
divãs, analistas, neuróticos, psicóticos
presídios, abatedouros, zoológicos
decretos , concretos, impunidades
carteiradas, imparcialidades, tribunais
sou índio exterminado pelo branco irmão
por favor, senhor  insensível cara-pálida
eu quero distância dessa tal civilização.

Autor: Benedito Morais de Carvalho( Benê)
19 de abril- Dia dos Povos Indígenas (Dia do Índio)

















Benedito Morais de Carvalho (benê)
Enviado por Benedito Morais de Carvalho (benê) em 19/11/2017
Alterado em 18/04/2023
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