Benedito Morais de Carvalho(Benê)
NÃO SOU POETA, SOU UM ARRUMADOR DE PALAVRAS.
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CIDADE GRANDE DESALMADA

Em cada sinal vermelho
um assalto

em cada assalto
uma vida destroçada
uma vida perdida.
Cidade grande
paisagens de concreto e medo
buracos de balas perdidas
ornamentam os muros
balas matam ou mutilam
os muros gotejam sangue.
Olho por olho
no olho grande
da cidade grande.
Em nome do lucro
gladiadores trucidam-se
na cidade grande.
Policiais e milícias
se confundem
na cidade grande.
Pelas ruas afora
crianças refugadas
escravas do ócio
escravas do vício
se prostituem
na cidade grande.
Famílias em extinção,
favelas pagam padágios
os sem tetos são usados
como massa de manobra
na ocuapação desenfreada
da cidade grande.
O caos me cega
não há mais espaço

para a poesia
na cidade grande.
Cidade desalmada.
Correr para onde?

 

Autor Benedito Morais de Carvalho (Benê)








 

Benedito Morais de Carvalho (benê)
Enviado por Benedito Morais de Carvalho (benê) em 07/05/2018
Alterado em 28/09/2024
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