MARÉ NEGRA
O peixe flutua
encharcado de óleo
um olho estufado
o outro arrancado
barbatanas estouradas.
Óleo a granel
não se sabe de onde
5 mil toneladas
derramadas
em nome da ganância
a maré negra avança.
O barco pesqueiro
retorna vazio
de braços cruzados
o pescador vagueia
a praia pranteia
a preta areia
Garças pichadas
Tartarugas gosmentas
Pelicanos agonizando
patinando no óleo
As ONGs de plantão
Grrenpeace
e mais um montão
arrecadam donativos
e patavina de solução
Ambientalistas?
Ecologistas?
Oportunistas?
nem Deus sabe...
Arautos da Natureza
todos se vitimizam
no caldeirão do dilema
gritam choram, esperneiam,
e continua o problema
Marinha aturdida
com o sonar sonado
o tempo se esvaindo
a Natureza agonizando
se desintegrando,
a maré negra avançando...
Benedito Morais de Carvalho (benê)
Enviado por Benedito Morais de Carvalho (benê) em 25/11/2019
Alterado em 11/07/2020