Benedito Morais de Carvalho(Benê)
NÃO SOU POETA, SOU UM ARRUMADOR DE PALAVRAS.
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       OBRIGADO, DR NAPOLEÃO TAVARES NEVES

 

     Nascer na cidade de Jardim, Ceará, talvez tenha sido o começo de uma grande história de vida, mas Dr Napoleão escolheu ser filho de Barbalha, no Ceará também, por vontade própria e coração. Médico por formação, escritor por paixão, foi um grande cronista e historiador. Ele foi além de títulos. Foi mestre em  entrelaçar vidas e letras, em fazer da memória um ato de resistência e do passado uma herança viva.

     Era ele um incentivador incansável da cultura folclórica, aquele que via no cotidiano um palco de tradições e no Cariri um solo fértil de histórias a serem contadas. Não se detinha em olhar para si mesmo; sua grandeza estava em enxergar e elevar os outros. Foi assim que, em um gesto de generosidade intelectual, dedicou-me em 18 de maio de 1998, no Jornal do Cariri, uma crônica tão significativa que até pensei que eu fosse de fato um poeta. Em meio à grandiosidade da Bienal Internacional do Livro de São Paulo, recheada de escritores importantes, ele encontrou espaço para reconhecer meu trabalho na crônica que intitulou "Seiva do Cariri".

     No seu magnífico livro: Barbalha Cultural, na página 44, ele declinou meu nome, mais uma prova de que Dr. Napoleão sabia que cultura é troca, é ponte de almas criativas, independente do patamar literário do seu homenageado.

     Ele, o cronista das tradições, deixou uma marca de humildade de reconhecimento que atravessa o tempo. Barbalha, que o abraçou como filho, viu em Dr Napoleão não apenas um renomado médico, mas um apaixonado historiador, guardião de sua identidade.

     E, assim, Dr Napoleão permanece vivo nos livros que escreveu, nas histórias que perpetuou e, principalmente, na memória daqueles que ele inspirou. A cultura do Cariri é um pouco mais rica porque ele a cultivou com amor, sensibilidade e respeito. O imortal Dr Napoleão não pertence apenas à cidade de Jardim, onde nasceu, nem somente a Barbalha, que escolheu. Ele pertence à eternidade da cultura que tanto amou.

     Obrigado, Seu Doutor! Deus lhe pague!

 

Crônica de Benedito Morais de Carvalho (Benê)

Benedito Morais de Carvalho (benê)
Enviado por Benedito Morais de Carvalho (benê) em 25/03/2025
Alterado em 25/03/2025
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