LIVRE E DE BONS COSTUMES
Os breviários maçônicos são faróis que iluminam o caminho dos que buscam a liberdade espiritual e os bons costumes. Não são meras páginas repletas de diretrizes sobre comportamentos adequados. Não, são postais para um universo que transcende ações exteriores; conduzem os buscadores ao âmago da essência humana, à prática diária de valores que moldam almas e edificam uma vida voltada ao sublime.
Mas nem toda luz é bem-vinda. Entre os irmãos, a promessa de verdadeira amizade muitas vezes se perde nos labirintos das intrigas. Vejo julgamentos apressados, alianças por conveniência, panelinhas que se reúnem sob o manto do status social. E aí está o paradoxo: o que deveria ser um ambiente de igualdade acaba relegando os irmãos mais humildes ao esquecimento, como se o valor de um iniciado pudesse ser medido pela extravagância de suas posses.
Não deveria ser assim. O propósito da Arte Real é maior que títulos e riquezas. Em sua essência, ela nos lembra que a verdadeira grandeza reside na simplicidade, na capacidade de olhar para o outro sem preconceitos, acolhendo-o como irmão no mais pleno sentido da palavra. Ser livre e de bons costumes não é uma meta para poucos, mas um chamado universal.
Que o futuro seja guiado pelas mãos dos que enxergam além das aparências, sabem que o que define um irmão não é o brilho dos metais, mas a luz que ele carrega no seu coração. Que se resgate a essência da Arte Real, transformando paredes em laços e intriga em compreensão. Pois, no fim das contas, somos todos aprendizes na arte de viver.
Autor: Benedito Morais de Carvalho (Benê)
Obs.: Crônica que será publicada no próximo livro do autor.